Matéria Original publicada na Forbes Americana. Adaptada. Traduzida por Mariana Porto.
Antecedentes do panorama da tecnologia pecuária de 2018
No final de 2017, o Mixing Bowl e o Innovation Center da US Dairy analisaram o atual cenário de Tecnologia da Informação da “DairyTech”, que está dentro de uma anáilise maior, da “Livestock Tech”. Além de desenvolver o mapa comparatório com mais de 100 empresas, realizamos dezenas de entrevistas identificar as oportunidades e desafios da produção de laticínio na era digital. O relatório completo pode ser encontrado no The Mixing Bowl.
Onde está a carne?
Contra o cenário de mais um ano agitado da Agricultura Tech que teve 10,1US $ bilhões investidos em 994 negócios em 2017, de acordo com a AgFunder, relativamente pouco alarde tem sido feito sobre a crescente constante da pecuária tech e, em particular, a da pecuária leiteira tech. Com um valor de mercado interno de mais de US $ 30 bilhões por ano e 9 milhões de vacas leiteiras apenas nos EUA, a oportunidade de mercado é claramente considerável mas, ao mesmo tempo, o rendimento médio das vacas está em declínio depois de atingir níveis recordes em 2014. Não é novidade que a necessidade das operadoras de laticínios de serem mais precisas, ágeis e receptivas às mudanças em suas fazendas e nos mercados nunca foi tão importante. No entanto, com margens de lucro sob pressão para muitos produtores de laticínios, o apetite por tecnologias que não trazem um retorno de investimento claro e de curto prazo (‘ROI’) é limitado. Uma exceção notável ao ROI imediato é o investimento na infraestrutura de coleta de dados, como conectividade em toda a fazenda, que permite que sensores e dispositivos alimentem dados em sistemas analíticos.
Engatinhar… Andar, e então… Correr!
Para realizar a promessa de análise de dados, aprendizado de máquina e todas as sofisticadas tecnologias de suporte à decisão, as empresas envolvidas com Teconologia Pecuária devem primeiro abordar os obstáculos de captura de dados e limpeza de dados. Uma conclusão importante das discussões com proeminentes profissionais de saúde animal é que a pesquisa mostra que vacas podem fisiologicamente nos dizer o que e como elas estão se sentindo, mas não coletamos hoje os dados em uma escala global para fornecer insights aos produtores e substituir com precisão uma inspeção visual. Elementos da “vaca conectada” estão materialmente mais avançados do que outras commodities agrícolas, e até mesmo do que a maioria dos “humanos conectados”, mas ainda há muito trabalho a fazer.
Para fazer os saltos incrementais para mais laticínios digitais baseados em dados, alguns blocos básicos de construção ainda estão faltando para os produtores:
- Os dados financeiros estarem adequadamente conectados aos dados da atividade de produção.
- Há relutância na aceitaçao de dispositivos tecnológicos ou há um input inconsistente de dados de campo ou de celeiro nesses. Você não pode melhorar o que não mede.
- A conectividade de rede inadequada ou a falta de aplicativos que armazenam em cache o conteúdo off-line até que a conectividade seja restabelecida é um problema.
- A falta de padrões de dados abertos aumenta a dificuldade em adotar novas tecnologias.
Pesquisando produtores de leite de médio a grande porte em todo o país, ficou claro que os métodos atuais de manutenção de registros, como o notebook, ou décadas de memória, são apenas parte do desafio básico do bloco de construção. O histórico de manutenção de registros computadorizados, arquitetado há décadas atrás, também não evoluiu com a tecnologia moderna. No entanto, na economia em geral, a tecnologia da próxima geração tornou o software e os aplicativos mais ágeis, flexíveis e acessíveis (para não mencionar os mais baratos). Com efeito, dados subjacentes que são tão valiosos para o desenvolvimento do ecossistema da pecuária geralmente permanecem difíceis de acessar e, portanto, ficam aquém de fornecer aos produtores os insights profundos que tanto precisam. Ao montar as peças fundamentais que são necessários para catalisar a adoção de tecnologia na fazenda em escala, tanto iniciativas estabelecidas quanto disruptivas dependem de quatro elementos complementares para cumprir suas proposições de valor. No contexto das operações de lácteos, isso inclui as tecnologias destacadas no mapa de paisagem acima, implementação e serviços de suporte, padrões de tecnologia e considerações regulatórias. A força e a maturidade de cada peça desempenham um papel fundamental no sucesso das novas tecnologias e são discutidas nesse relatório completo.
O que os inovadores e investidores podem aprender disso tudo?
Tendo em mente que muitas das mesmas barreiras à adoção de tecnologia existem na pecuária, e que de mesmo modo acontece em outras commodities, existem algumas considerações estruturais exclusivas da pecuária que a tornam um mercado alvo atraente para investidores e tecnólogos.
A indústria de laticínios está bem posicionada para explorar as tendências de investimento no cenário mais amplo da agropecuária Tecnológica. Na verdade, encontramos mais de 100 empresas fazendo coisas interessantes na área e todos estão competindo por um pedaço desse valioso mercado. Para resumir rapidamente os influenciadores de adoção do relatório:
- Adopção de tecnologia já existe no laticínio;
- Repositórios de dados massivos ainda precisam ser desbloqueados porque a digitalização básica e a manutenção de registros estão inacessíveis;
- Pressão econômica impulsionando a necessidade de maior precisão e redução de custos;
- Obter conscientização situacional em tempo real pode ajudar a eliminar as oportunidades de perda de receita.
Como os dados financeiros ainda não estão adequadamente conectados à atividade de produção ou aos dados coletados ainda faltam elos críticos que são necessários para desvendar o valor da tecnologia. Isso exigirá maior integração, colaboração e aquisições estratégicas em diferentes categorias de tecnologia pecuária.
Nossa perspectiva sobre o mercado é decisivamente positiva, dadas as tendências tecnológicas subjacentes no aprendizado de máquina, inteligência artificial (“a outra IA”), mobilidade e poder de computação em nuvem. Dito isso, o ecossistema ainda é jovem e em muitos aspectos, em um ponto crítico, quando as decisões sobre padrões e digitalização básica podem se tornar um facilitador ou inibidor de curto prazo.
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