Boas práticas de fabricação na nutrição animal

Como garantir a segurança dos alimentos e proteger a cadeia produtiva 

Para impedir que um alimento se contamine, todo o processo de cultivo, manipulação, armazenagem e transporte deve ser acompanhado de forma a garantir que chegue seguro e saudável ao consumidor final. Para realizar esse monitoramento, foi criado um conjunto de medidas chamado de Boas Práticas de Fabricação (BPF), que, quando implantado por indústrias e serviços de alimentação, garante a qualidade sanitária do alimento e zela pela saúde do consumidor.

Ocupando o terceiro lugar, o Brasil é um dos responsáveis por 58% da produção de ração mundial. Por isso, as boas práticas de fabricação nas indústrias de nutrição animal são uma pauta importante. A segurança de alimentos é pensada para tentar impedir que a contaminação dos produtos aconteça, uma preocupação que aumentou ao longo do tempo devido à contaminação por dioxina e surtos de infecções bacterianas de origem animal. 

Neste texto, vamos explicar como a segurança de alimentos na nutrição animal pode prevenir doenças nos animais, sejam domésticos ou de produção, nos seres humanos e assegurar a qualidade do produto acabado.   

Tipos de contaminação nos alimentos para animais

Os alimentos para animais podem se tornar inseguros. Isso pode acontecer com a introdução acidental de perigos. Esses perigos podem ser biológicos, químicos ou físicos. Eles podem surgir em várias etapas do processo de produção. Isso inclui fabricação, tratamento, envase, armazenamento e transporte. Às vezes, esses agentes estão na própria matéria-prima usada. 

Tais perigos podem causar efeitos ruins à saúde dos animais. Isso pode afetar a saúde humana pelo consumo de carne, ovos, leite e derivados. Esses perigos também podem prejudicar o meio ambiente. Por isso, é importante gerenciar e controlar bem os resíduos da produção industrial. 

Abaixo vamos exemplificar agentes biológicos, químicos e físicos que podem causar danos à saúde animal, humana e impactar a qualidade do produto acabado:   

• Agentes biológicos incluem bactérias como a salmonela e a leptospira. A leptospira pode ser transmitida por ratos. Por isso, é muito importante controlar pragas em uma planta industrial.  Também temos as micotoxinas, que são produzidas por fungos. Elas podem causar efeitos tóxicos em órgãos como rins e fígado. Além disso, podem afetar o sistema imunológico e o sistema reprodutivo.    
• Agentes químicos: pesticidas, agrotóxicos e metais pesados como arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio.     
• Agentes físicos: corpos estranhos, como materiais pontiagudos.   

Como a segurança de alimentos impede contaminações

Devemos observar os principais pontos e fontes de contaminação dos alimentos dentro do processo produtivo. Precisamos, principalmente, estabelecer práticas de controle e prevenção que vão garantir a segurança e a qualidade dos meios. 

Entre essas práticas, há sistemas que previnem problemas e agem de forma proativa. Isso inclui programas de autocontrole, métodos de alimentos seguros e a análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC).

Veja também este artigo com estratégias práticas utilizadas no manejo de rebanhos: Estratégias comprovadas para combater micotoxinas no rebanho e proteger sua produção

Sistemas proativos: APPCC e Autocontrole

O APPCC é um programa que avalia agentes químicos, biológicos e físicos. Ele analisa tanto o processo produtivo da indústria quanto as matérias-primas e produtos acabados. O objetivo é estabelecer limites de controle. Assim, evitamos que esses perigos ocorram na nossa planta. Se não for possível evitar, eles devem ser controlados a níveis seguros. Dessa forma, não representam nenhum tipo de risco.

Qualidade da matéria-prima e fornecedores

Existem outras medidas que podem ser adotadas, como a qualificação de matéria-prima e fornecedor. É de extrema importância conhecer a origem dos ingredientes, como são processados e quais os controles adotados pelo fornecedor, pois essas informações irão ajudar a assegurar a qualidade dos nossos produtos. Então, a aquisição de matéria-prima de qualidade é o primeiro passo para a garantia da segurança dos nossos alimentos.

Controle do produto acabado

De maneira similar, é importante elaborar um plano de controle de produto acabado que contemple medidas para evitar as contaminações provenientes das possíveis fontes mapeadas ao longo do processo.

Veja boas práticas para evitar perdas e contaminações: Como manter a qualidade dos grãos na fábrica de ração

Práticas Adotadas pela dsm-firmenich 

Para garantir a segurança e a qualidade da produção de alimentos para animais, temos implementadas as BPF, com todos os procedimentos obrigatórios, de qualificação, limpeza e higienização, controle de contaminação cruzada, entre outros exigidos pela legislação e o programa APPCC. Monitoramos nossas matérias-primas e produtos acabados por análises de níveis de garantias, micotoxinas, metais pesados, dioxinas, furanos, PCBs e agrotóxicos.

Monitoramento e Calibração

Damos especial atenção à calibração de equipamentos e temos práticas também de inspeções nos recebimentos dos ingredientes, matérias-primas, no processo de produção e nos produtos acabados.

Auditorias e Capacitação

Realizamos auditorias e, principalmente, a capacitação dos nossos colaboradores nas plantas industriais, como uma forma de disseminação da cultura de segurança de alimentos. Porque as boas práticas de fabricação não são realizadas apenas pelo setor responsável pelo controle de qualidade, mas são responsabilidade de todas as pessoas que trabalham dentro de uma planta industrial. Por isso, a conscientização dos nossos colaboradores é vital para a manutenção da segurança e a qualidade dos nossos produtos.

Conclusão

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