Entre todas as etapas da pecuária de corte, a cria a pasto exige o maior controle sobre fatores produtivos e ambientais, pois é nela que se define o potencial de desempenho do rebanho.
A eficiência produtiva depende de múltiplos elementos que, quando negligenciados, comprometem diretamente o desempenho e o resultado econômico da fazenda. Entre eles, qualidade da água, manejo de pastagem e reprodução das matrizes estão no topo da lista de variáveis que definem o sucesso ou o prejuízo do ciclo pecuário.
A água como insumo produtivo
Um dos erros mais comuns nas fazendas de cria é subestimar o papel da água. A qualidade da água interfere diretamente no ganho de peso, na sanidade e na fertilidade das vacas. Pesquisas mostram que rebanhos que consomem água de baixa qualidade podem levar a uma redução no desempenho de até 1,5 arroba por animal ao ano, afetando as matrizes, seus bezerros e a recria das novilhas apenas pela redução no consumo de pastagem e menor eficiência alimentar.
Além do impacto produtivo, a contaminação de bebedouros e açudes por animais silvestres favorece doenças como leptospirose, capaz de causar abortos e bezerros fracos, gerando perdas de até 6% na taxa de desmame.
Garantir captação adequada, reservatórios limpos e bebedouros artificiais bem distribuídos é uma forma direta de transformar a água em um insumo produtivo e e não apenas um recurso de suporte. Uma estrutura bem planejada contribui para resultados consistentes e previsíveis, especialmente quando monitorada com base em indicadores zootécnicos confiáveis, como os acompanhados no FarmTell™ Views.
Assista ao episódio do Porteira Adentro sobre o impacto da água na pecuária e entenda como ela influencia o desempenho e a rentabilidade da fazenda: ÁGUA na pecuária de corte: o RISCO que rouba BEZERROS e ARROBA
Manejo de pastagem: o equilíbrio entre oferta e consumo
O manejo de pastagem é outro pilar essencial para a eficiência produtiva na cria. O período de transição entre seca e primavera exige atenção especial à altura do resíduo e à taxa de lotação, que determinam a capacidade de rebrota e a saúde do pasto.
Manter em torno 30 cm de resíduo das touceiras em áreas de alto potencial garante reservas suficientes para a retomada do crescimento e assegura estabilidade alimentar para as matrizes e bezerros. Pastos mal manejados reduzem o ganho médio diário e ampliam o intervalo entre partos, comprometendo o resultado final do sistema, além de facilitar a infestação de plantas invasoras.
Ajustes simples, como o uso de confinamento de transição ou suplementação estratégica, ajudam a preservar a base forrageira e preparar a nova safra de pasto com vigor e produtividade.
Quer saber como planejar o manejo de pastagem para garantir lucro e sustentabilidade? Confira o vídeo: Manejo de PASTAGEM na transição: o ERRO que pode custar seu LUCRO
Reprodução precoce: antecipar a rentabilidade da cria
A reprodução ao sobreano é uma estratégia eficaz para aumentar a rentabilidade e reduzir o impacto financeiro nas fases baixas do ciclo pecuário. Ao antecipar a prenhez para entre 12 e 14 meses, a fazenda ganha um ano de produtividade e amplia o retorno financeiro com maior velocidade.
Para alcançar bons resultados, é fundamental que as novilhas atinjam cerca de 300 kg de peso vivo no sobreano e apresentem boa condição corporal ao parto. O sucesso dessa estratégia depende de planejamento nutricional, manejo de pastagens eficiente e monitoramento constante dos indicadores reprodutivos.
Esses dados, quando acompanhados com regularidade, oferecem uma visão clara do progresso do rebanho e das oportunidades de ajuste. Sistemas de gestão e acompanhamento, como o FarmTell™ Views, permitem correlacionar condição corporal, ganho de peso e taxa de prenhez em tempo real, trazendo mais segurança às decisões.
Veja no Porteira Adentro como a reprodução ao sobreano pode transformar o resultado da cria: Reprodução ao SOBREANO: como LUCRAR mais rápido na cria.
Integrar dados e decisões: o novo passo da pecuária de cria
A busca por maior eficiência produtiva na cria a pasto exige mais do que boas práticas individuais. É o equilíbrio entre nutrição, manejo, água e reprodução, com metas arrojadas em todas as etapas que define a performance de longo prazo.
Quando o produtor monitora seus indicadores de forma integrada, consegue tomar decisões baseadas em fatos, reduzir riscos e prever resultados com mais precisão. A tecnologia aplicada à pecuária de precisão se torna, assim, uma aliada indispensável.
Um levantamento das dores do produtor rural coloca o acesso às ferramentas digitais como a terceira dor mais impactante nos resultados da atividade. Veja mais em Mapa das dores do agronegócio brasileiro: os desafios que limitam o setor!
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